Apesar dos esforços das esferas de saúde, o suicídio continua sendo uma das maiores causas de morte no Brasil e no mundo.
Diante desse panorama, a Campanha Setembro Amarelo nunca teve tanta importância como agora, ainda mais se levarmos em conta o fator “pós pandemia”, evento este que, de certo modo, agravou a situação.
Por isso, nosso texto de hoje não será um conteúdo técnico ou rebuscado. Será apenas um toque de consciência sobre esta importante campanha a favor da vida.
Qual o objetivo da campanha Setembro Amarelo?
O principal objetivo da campanha Setembro Amarelo é a conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando trazer à tona este importante tema, a fim de alertar a população sobre a realidade dessa prática no Brasil e no mundo.
A campanha teve início no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), sendo que 10 de Setembro é reconhecido como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
A data foi criada em 2003 com o objetivo de prevenir o suicídio, através da adoção de estratégias pelos governos de cada país. Neste dia, são realizadas cerca de 600 atividades em 70 países do mundo com um único propósito: salvar vidas.
A campanha não só trata do suicídio em si, como também dos comportamentos ou pensamentos suicidas, planos e tentativas de morte e outros transtornos relacionados.
O foco é trazer o tema como uma questão de saúde pública. Apesar de muitos acreditarem que essa é uma conduta que somente “pessoas de personalidade fraca” tomam.
No entanto, sabemos que não é bem assim. É necessário empatia para vermos o contexto e os desafios mais profundos que cada ser humano enfrenta, assim como as dores que cada um carrega.
Mais do que isso, é necessário uma atitude global em defesa da vida. Sendo assim, a campanha Setembro Amarelo precisa ser cada vez mais reforçada, tanto pelos órgãos governamentais, quanto pela sociedade.
A importância de falarmos sobre o tema
Apesar de ser um assunto delicado, é importante abordarmos a prática e as formas de preveni-la. Muitas pessoas creem que essa é uma realidade distante e que afeta poucos indivíduos, mas, infelizmente, as estatísticas provam o contrário.
Os dados fornecidos na última remessa pela Organização Mundial de Saúde (OMS) são espantosos. De acordo com a pesquisa, a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida em algum lugar do mundo.
Isso significa que, em um ano, mais de 800 mil pessoas morrem dessa forma. Ao olhar para estes números conseguimos ter a real dimensão do problema.
Dentre os principais transtornos observados nas pessoas com este tipo de comportamento, destacam-se a depressão no seu formato “mais simples”, a bipolaridade, a dependência química e a esquizofrenia.
Abaixo, mais alguns dados que evidenciam este péssimo cenário.
Como identificar alguém que precisa de ajuda?
Uma das principais pautas da campanha Setembro Amarelo, é a importância de identificarmos e ajudarmos pessoas que apresentam algum problema, que pode desencadear esse tipo de comportamento.
Lembre-se: por menor que o problema de alguém possa parecer para você, ele não é seu.
Somente a outra pessoa pode sentir o verdadeiro peso de sua dor. Por isso, não julgue como “besteira”, “exagero” ou “fraqueza”.
Apenas ajude, dê conforto, mostre que essa pessoa não está sozinha. Diga a ela que sempre haverá um caminho para solucionar qualquer problema!
Convencido disto, agora, para fazer a sua parte e ajudar pessoas, fique atento aos indivíduos:
- Que são demasiadamente retraídos, ou que tem dificuldades em se relacionar com a família e amigos;
- Que possuem algum caso de doença psiquiátrica: transtornos mentais, transtornos de humor (depressão, bipolaridade), transtornos causado pelo uso de substâncias psicoativas (álcool e drogas), transtornos de personalidade, esquizofrenia e ansiedade generalizada;
- Que apresentem pessimismo ou apatia em excesso;
- Que tenham comportamentos de auto repúdio, como culpa, sentir-se sem valor ou com vergonha de algo;
- Que apresentem sentimentos de solidão, impotência e desesperança;
- Que vivem em constante isolamento;
- Que escrevem coisas tristes/melancólicas nas redes sociais;
- Que falam repentinamente sobre morte ou suicídio;
- Que apresentam um convívio social conturbado;
- Que possuem um quadro físico limitante ou com doenças orgânicas incapacitantes como câncer ou AIDS.
Como ajudar essas pessoas?
Ajudar esses indivíduos pode ser mais simples do que parece. Além de seguir o conselho que dêmos no tópico anterior, você pode agir da seguinte forma:
- Ouça e demonstre total empatia;
- Seja afetuoso e dê o apoio necessário;
- Leve a situação a sério e verifique o grau de risco;
- Pergunte sobre os pensamentos recorrentes da pessoa;
- Forneça alternativas e caminhos para que a pessoa resolva o problema;
- Notifique a família e amigos imediatamente sobre a situação;
- Conduza a pessoa à uma ajuda especializada se necessário.
Centro de Valorização da Vida
A divulgação dos canais de ajuda especializada é uma das missões primordiais da campanha Setembro Amarelo.
Por isso, se você conhece alguém que está passando por uma situação de angústia, ou se você mesmo é essa pessoa, procure ajuda.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) funciona 24 horas por dia (até nos feriados) e atende pelo telefone 188, e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
Não há motivos para carregar sozinho um peso emocional tão grande. Há pessoas que irão te dar todo o suporte necessário, basta você confiar e dar o primeiro passo.
Por fim, esperamos que este conteúdo tenha gerado consciência em você sobre a importância do Setembro Amarelo.
Afinal, mais do que uma simples campanha, ela significa a nossa união em prol da vida de cada ser humano do nosso planeta.