Vamos começar colocando os pingos nos “is”: você sabe definir quando a quilometragem de um seminovo está realmente alta?
Embora seja um cálculo simples, não há como negar que é um pouco trabalhoso. O fato é que certamente vale a pena investir esse tempo para tirar a prova real e encontrar a tão esperada resposta para a pergunta “este é um negócio que vale a pena?”.
Em geral, fabricantes de veículos determinam uma média geral de rodagem de 15 mil quilômetros por ano. Dividindo este valor em 12 meses, chegamos aos 1.250 quilômetros por mês.
Se na análise do hodômetro do seminovo que tem em vista você perceber que a conta passa dos 2.000 Km/mês, pode ter certeza de que está diante de um carro com quilometragem alta.
Só que um hodômetro marcando mais de 100 mil quilômetros não é motivo suficiente para você desistir do negócio. Existem outros fatores importantes que devem ser analisados e nós vamos contar quais são eles!
1 Avalie o histórico do carro
Embora seja uma prática criminosa, muitas pessoas adulteram o hodômetro do carro para torná-lo mais atraente para a venda. É aqui que mora a primeira lição: a qualidade de um carro não é diretamente proporcional aos números que aparecem no painel.
Mais vale um antigo (ou antigos) donos que, apesar de rodarem muito com o carro, tenham realizado as revisões em dia, manutenções preventivas e tiveram cuidado com o veículo, do que um histórico que não comprove essas práticas.
Carros que passam mais tempo circulando em rodovias, por exemplo, tendem a registrar quilometragens mais altas do que os que trafegam predominantemente na cidade.
Só que, ao contrário do que geralmente ocorre na cidade (principalmente onde o trânsito é mais intenso), um veículo trafegando predominantemente na rodovia está em um contexto ideal. Isso acontece porque há menos trocas de marcha, manutenção de uma velocidade constante, menos paradas e menor desgaste de peças.
Em um caso como esse, a quilometragem inevitavelmente será alta, mas o estado de conservação, revisões e trocas de peças podem estar em dia, o que deve contar muito mais.
Como obter essas respostas? Consultando o livreto de manutenções ou, no caso de carros mais modernos, o histórico do computador de bordo.
2 Hodômetro para além dos números
O número estampado no hodômetro precisa ser compatível com a idade do carro. E não é apenas isso, tudo precisa estar de acordo, das condições de acabamento interno ao estado dos pneus.
Um hodômetro “baixo” não combina com um carro desgastado, isso pode ser, na verdade, apontar para a adulteração da marcação. É por isso que é tão importante avaliar detalhes internos como desgaste do volante, bancos e pedais.
Já na parte externa, lembre-se que faróis e lanternas opacas e pintura queimada, por exemplo, não combinam com carros que rodaram pouco.
E por falar em detalhes, são eles também que o ajudarão a avaliar se você não está diante de um usado que já foi batido.
Uma dica adicional é preferir carros que tiveram poucos donos. Quando um veículo passa de uma pessoa para a outra, o padrão de uso também muda, e isso também pode causar desgaste irregular nas peças.
3 A idade dos pneus
Se a quilometragem for baixa, será que o dono teve outro motivo para trocar os pneus originais ou este é mais um indício para alteração do hodômetro?
É por isso que avaliar a idade dos pneus do carro também é um quesito importante. Para descobrir quantos anos têm os pneus basta observar a data que vem logo depois da inscrição “DOT”.
Ali estão quatro números, os dois primeiros indicam a semana e os dois últimos o ano de fabricação do pneu. Se a quilometragem for baixa, é preferível que os pneus sejam os originais, neste caso o ano de fabricação deve ser igual ao do carro.
Se você fechar o negócio de um carro com quilometragem alta, será importante verificar se não está na hora de trocar os pneus.
4 Preço compatível com a tabela Fipe
Criada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a Tabela Fipe é a principal referência no mercado de carros usados e seminovos.
A tabela é atualizada mensalmente, e cada pesquisa pode ser refinada com a versão, motorização e ano-modelo do automóvel em questão.
Embora seja uma referência, a Fipe é um ponto de partida importante para compreender se o preço pedido pelo seminovo condiz com o estado de conservação, quilometragem e ano de fabricação.
5 Mecânico de confiança
Você pode fazer uma análise prévia de todos esses aspectos, mas, para fechar o negócio, é sempre muito importante contar com a avaliação de um mecânico de sua confiança.
Seja para um carro com quilometragem alta ou não, este é o profissional competente para avaliar o estado de todos os componentes e checar se todas as revisões foram feitas corretamente.
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